Entre 1930 e 1980, a economia brasileira foi uma das mais dinâmicas do mundo.
Tal dinamismo transformou a economia, a estrutura social e o mercado de trabalho do país, produzindo uma sociedade urbana industrial. Nas décadas seguintes, seja sobre os efeitos do estrangulamento externo nos anos 80, seja por conta da inserção passiva na ordem liberal internacional nos anos 90, o país perdeu o caminho do desenvolvimento econômico, o que criou enormes dificuldades para o encaminhamento das questões fundamentais da vida nacional, a despeito do fim do regime militar e da luta política a partir da abertura democrática.
Todavia, num cenário internacional em profunda transformação e favorável ao país, o Brasil retomou a capacidade de crescimento de sua economia a partir de 2004. Tal retomada mostrou-se fundamental para a melhoria de uma série de indicadores sociais e do mercado de trabalho no período recente e, ao mesmo tempo, explicitou a necessidade da sustentação do crescimento no longo prazo para fazer frente aos desafios colocados para construção de um país mais justo, que consiga prover o bem-estar social para os seus cidadãos.
A crise internacional que eclodiu no segundo semestre de 2008, depois da derrocada do Banco Lehman Brothers nos Estados Unidos, interrompeu o processo de retomada do crescimento da economia brasileira, que saiu de um ritmo superior a 5% em 2008 para uma queda do produto de 0,2% em 2009, com evidentes impactos sobre as condições sociais e do mercado de trabalho nacional.
Esta edição foi organizada por Denis Maracci Gimenez e José Ricardo Barbosa Gonçalves e conta com artigos de Paulo Eduardo de Andrade Baltar, Waldir José de Quadros, Júlio Sérgio Gomes de Almeida e Alessandro Cesar Ortuso.