Carta 11 | Determinantes da pobreza no Brasil

Neste número especial da Carta Social e do Trabalho publicamos o artigo “Determinantes da Pobreza no Brasil: um roteiro de estudo”, dos professores Carlos Alonso Barbosa de Oliveira e Wilnês Henrique. Publicado originalmente pela Fundação SEADE em junho de 1990, o trabalho transformou-se ao longo desses vinte anos em uma referência para professores e estudiosos na área social e do trabalho, presente em teses e dissertações, além de integrar programas de disciplinas em várias instituições.

Partindo da rigorosa análise de Prebish e da tradição crítica do pensamento latino-americano desenvolvida na CEPAL sobre o modelo primário exportador, Carlos Alonso e Wilnês Henrique tratam de identificar os determinantes da exclusão social apontados na crítica cepalina do modelo de desenvolvimento latino-americano. Assim, afirmam que “os determinantes da pobreza e da exclusão social não podem ser deduzidos da estrutura econômica”, ou seja, “não se pode analisar a questão da pobreza simplesmente considerando a especificidade da estrutura econômica”, mas considerar “os processos políticos, a maior ou menor presença dos interesses das camadas subalternas na atuação do Estado como momentos necessários na análise dos determinantes da pobreza”. Dessa forma, identificam três eixos explicativos para a reprodução da pobreza no Brasil: a questão agrária, as especificidades do mercado de trabalho e a natureza das políticas sociais. Na verdade, mostram como o caráter conservador do encaminhamento da questão agrária, da organização do mercado de trabalho e das políticas sociais, nos quadros da “Revolução de 64”, foi decisivo para a reprodução da pobreza no Brasil.

Esta edição foi organizada por Denis Maracci Gimenez e José Ricardo Barbosa Gonçalves e conta com artigos de Carlos Alonso Barbosa de Oliveira e Wilnês Henrique.

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