Os efeitos iniciais da pandemia sobre o emprego no Brasil

ARTIGO

Denis Maracci Gimenez, Paulo Eduardo Baltar e Marcelo Manzano

A economia brasileira apresentou fraco desempenho no primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro. O lento crescimento da economia, de apenas 1,1% em 2019, não expressou as expectativas otimistas da equipe econômica comandada pelo ministro Paulo Guedes. Relevante considerar que a estagnação econômica, anterior à crise provocada pela COVID-19, não se resume ao primeiro ano de mandato do atual Presidente. O Brasil entrou na atual crise sanitária sem romper com a longa trajetória de estagnação econômica iniciada em 2015. Muito ao contrário, “entramos na crise em crise”. As dificuldades em grande parte dos setores econômicos, assim como dos trabalhadores expostos, não somente ao elevado desemprego, mas a crescente desorganização do mercado, eram enormes antes da pandemia da COVID-19.

Sob os efeitos dessa prolongada estagnação econômica, anterior à crise atual, o mercado de trabalho não deixou de gerar ocupações. Manteve-se o desemprego elevado, ao tempo em que se consolidou um padrão de geração de ocupações associado a proliferação de estratégias de sobrevivência, com protagonismo dos trabalhadores por conta-própria, dos trabalhadores sem carteira assinada, dos empregadores precários. Um exército de desprotegidos produzido sob os efeitos da longa estagnação e do espírito da reforma trabalhista aprovada em 2017.

O que os dados sobre os efeitos iniciais da pandemia sobre o emprego no Brasil revelam? Como interpretá-los? Que exatamente esses segmentos, pouco protegidos pelas instituições públicas, que formam, em larga medida, a base do mercado de trabalho, foram os primeiros atingidos pela crise atual. Aqueles que, em meio a prolongada estagnação econômica, que se arrasta desde 2015, integraram-se precariamente ao mercado de trabalho, procurando sobreviver de alguma forma, são as primeiras vítimas da crise econômica e sanitária.

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