Agência Brasil | Foto: Allexandre Silva
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) retomaram na terça-feira (12/6) reunião presencial da Rede de Observatórios do Trabalho, o que não ocorria desde a reconstrução do ministério. O encontro reuniu na sede do ministério representantes dos observatórios do trabalho de 21 estados e 11 municípios com mais de 200 mil habitantes.
O objetivo é promover a troca de experiências e compartilhar as ações em curso sobre trabalho, emprego e renda, fomentando e fortalecendo essa rede de produção de conhecimento do mundo do trabalho, descontinuada no governo anterior. O Encontro termina no dia 13 de junho, com o planejamento da Rede de Observatórios do Trabalho
O ministro do Trabalho e Emprego em exercício, Francisco Macena, destacou na abertura do encontro a importância da Rede de Observatórios do Trabalho para a formulação de respostas a demandas do mundo do trabalho. “Precisamos entender quais motivos levam à rotatividade, avaliar a qualidade dos empregos criados e quais políticas efetivas de qualificação devemos desenvolver para preparar os trabalhadores para um cenário de transformação tecnológica”, afirmou. “Esperamos que a Rede de Observatórios do Trabalho possa nos ajudar a responder um pouco dessas questões.”
Macena ressaltou a importância de debates em diversas instâncias, desde municípios até o Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a necessidade de conhecer e entender melhor a qualidade dos empregos gerados, as causas da informalidade e a rotatividade no mercado de trabalho. “Esse encontro presencial e a sinergia criada pela Rede Nacional de Observatórios do Trabalho são essenciais para desenvolver políticas públicas eficazes”, afirmou o ministro em exercício.
Além disso, o ministro em exercício citou a reforma trabalhista e as políticas de valorização do salário mínimo como temas de debate, além da importância de qualificar trabalhadores diante das transformações tecnológicas. Enfatizou também a necessidade de discutir questões complexas como o trabalho análogo à escravidão no Brasil e o impacto das políticas sociais de distribuição de renda na empregabilidade. Destacou ainda a importância de debater a inteligência artificial e identificar as vocações econômicas de cada território para promover um desenvolvimento estruturante.
“O sucesso desse trabalho conjunto depende da integração de todos os municípios, estados, institutos de pesquisa e o setor privado”, reforçou Macena. Ele reafirmou o compromisso do MTE em mobilizar todos os recursos possíveis para um bom desempenho da Rede de Observatórios do Trabalho, visando à geração de emprego, ao desenvolvimento de uma nova industrialização, à economia verde e à inclusão social com justiça.
Observatório do Trabalho Brasileiro
A diretora técnica do Dieese, Adriana Marcolino, expressou sua satisfação em encontrar os participantes pessoalmente após um ano de atividades virtuais. Segundo Adriana, o retorno ao espaço de organização das redes foi marcado por uma dezena de encontros mensais realizados ao longo do ano, abordando diversos temas relacionados ao mercado de trabalho.
Adriana mencionou ainda que, além dos encontros mensais, foram realizadas três oficinas metodológicas, com uma quarta programada para o próximo dia 14. Esses encontros tiveram o objetivo de destacar as características regionais, considerando a diversidade e as grandes diferenças nas realidades locais do Brasil.
A diretora informou que durante o encontro será lançada a nova revista Observatório do Trabalho Brasileiro, elaborada pelo MTE e o Dieese, com artigos, ensaios e resumos de livros que apresentem estudos, pesquisas e reflexões sobre o trabalho. “A publicação servirá como um espaço de sistematização do conhecimento acumulado ao longo dos encontros com todos os participantes da Rede Nacional de Observatórios do Trabalho”, observou.
O pesquisador Marcelo Manzano representou o Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Unicamp.